a mão e o peão.

Wednesday, July 25, 2007

pó de ouro

you and a coy smile.
inside,
the righteousness of just things. the warm touch of your hands.
the warmth of a touch,
your calm eyes like a sheltering pond.
vividly,
a thin cigarrette reaching your lips
your body stretched, the sun laid down - definitely, freezing that frame, i am.
things you said, randomly. like there were right words, you knew when to say them. like when it's hot, a cool sheet above our bodies, your love embraces me, secures me. cozy as it is,
a present smile, a coy gift. and gold dust in your hands.

nominável

é... e os filhos também ensinam os pais.

Tuesday, July 24, 2007

inominável

dicen que la sangre es el mayor de los vínculos.
é a primeira vez que te escrevo. esta carta, nunca a abrirás tu. as palavras secam-se entre nós, perdem a força, cessam o sentido. não sei mais que agredir-te, rejeitar-te, desvalorizar-te. e tu que nem me conheces, mal sonhas como serei, aquilo que me faz rir, o que me deixa sem dormir, os filmes que me comovem, o que aprendi com as pessoas que conheço, as calinadas dos meus professores, como o afecto me enche o peito, como sou simpático e como sou triste, também.
dicen, algunos, que hay cosas que no cambiarán.
eu sou o filho. não sou uma pessoa, não sou um homem, não sou alguém. não escolho, não tenho gostos, não tomo decisões. não as escolhas, os gostos e as decisões acertadas. não aprendo. não mudo. não valho nada. aprendi isso contigo.

Wednesday, July 18, 2007

número 161

... e, ao XXXº dia, ele chorou. não mais, uma angústia pensada, esperada, remoída. não mais uma congestão mental. emocionou-se, sofreu, sentiu "o gosto amargo, o fel da rejeição". e chorou. avenida da liberdade acima, num banco de táxi, abraçado e amparado por ela, chorou. e depois passou.

este sábado...

a hora do bolo vai ser miiiinha!!


sábado, dia 21 de julho, às 17 horas, rádio radar (frequência 97.8). sim, eu, ao vivo. I'M A RADIO STAR!!

Tuesday, July 10, 2007

número 159

haverá riqueza maior no mundo que a capacidade para amar?

Friday, July 06, 2007

uma espécie de indecisão

looking out the door i see the rain fall upon the funeral mourners
parading in a wake of sad relations as their shoes fill up with water
and maybe i'm too young to keep good love from going wrong
but tonight you're on my mind so you never know
when i'm broken down and hungry for your love with no way to feed it
where are you tonight? child, you know how much I need it
too young to hold on and too old to just break free and run...
sometimes a man get's carried away,
when he feels like he should be having his fun
and much too blind to see the damage he's done
sometimes a man must awake to find that really, he has no-one...

so i'll wait for you... and i'll burn
will i ever see your sweet return?
oh will I ever learn?
Oh oh lover, you should've come over... cause it's not too late!
lonely is the room, the bed is made, the open window lets the rain in
burning in the corner is the only one who dreams he had you with him
my body turns and yearns for a sleep that will never come
it's never over, my kingdom for a kiss upon her shoulder
it's never over, all my riches for her smiles when i slept so soft against her
it's never over, all my blood for the sweetness of her laughter
it's never over, shes the tear that hangs inside my soul forever
well maybe i'm just too young
to keep good love from going wrong...
(ou)
on the floor of tokyo
or down in london town to go, go
with the record selection
with the mirror reflection
i'm dancing with myself
when there's no-one else in sight
in the crowded lonely night
well I wait so long
for my love vibration
and i'm dancing with myself
oh dancing with myself
oh dancing with myself
Well there's nothing to lose and there's nothing to prove
i'll be dancing with myself
if i looked all over the world
and there's every type of girl
but your empty eyes
seem to pass me by
leave me dancing with myself
so let's sink another drink
cause it'll give me time to think
if i had the chance
i'd ask the world to dance
and i'll be dancing with myself...
jeff buckley vs. billy idol: aceitam-se apostas.

Thursday, July 05, 2007

primeiro de julho

no início, era a incerteza. escolhemos cozinhar beringelas recheadas, embora nenhum dos quatro (o A, a L, eu e o J) soubesse como fazê-lo. como é nosso apanágio, não desistimos perante esta dificuldade assustadora e pusemo-nos a cortar legumes como se o amanhã não viesse. enquanto isto, já a primeira garrafa de vinho se abrira sozinha (misteriosamente) e derramara o seu precioso néctar em 4 copos brilhantemente dispostos à nossa frente. o A ficou responsável por tirar o recheio às beringelas e temos a dizer que fez um fantástico trabalho. foi comovedor ver como evoluiu da primeira à última (8, ao todo) - a princípio, deixava imensa polpa agarrada às cascas e fazia-lhes golpes mas, no final, pudemos elogiá-lo, sinceramente, pela mestria conquistada. depois de feito o recheio, ao som da peaches, enchemos as beringelas (que, creio, por esta altura já teriam sido baptizadas como 'berenguelas recheadas à la pedrosa' - "berenguelas" em homenagem ao J que, coitado, di "courguettes" em vez de courgettes (todos o apoiámos muito) e "à la pedrosa" em referência ao magnífico chalet pedrosa, onde toda a acção gastronómica decorreu!) e enfiámo-las no forno. o pitéu prometia!
passados uns minutos regados a vinho, ali estavam elas, tostadinhas e cheirosas, enroladas em papel de alumínio e uma saladinha de alface e couve roxa a fazer-lhes companhia nos nossos pratos gulosos. e, aí, foi comer.
depois, foi um pulo até um bar onde se canta o fado e outras inconsequências. onde pudemos apreciar a "canoa" na voz aplicada de uma senhora brasileira que também cantou o "vambora", ao som dos nossos copos a tilintar de sangria. a conversa prolongou-se por outro tasco e aprofundou os seus temas, pelas esquinas do preconceito e das relações amorosas falhadas. cerveja após cerveja. e o empregado madeirense.
de volta ao chalet, nada como uma busca intensiva de vídeos da nossa infância no youtube. os ursinhos carinhosos ficaram-me, especialmente, na memória, assim como o pónei roxo do A. estacionei aos primeiros acordes do paul mccartney, numa canção de uns desenhos animados quaisquer, que pôs os meninos a sorrir e a abanar as cabecinhas, embevecidos.
não sei se sinto as coisas intensamente demais mas é a noites como estas (simples e belas) que tenho vontade de compor elegias e guardá-las na gaveta que fique mais próxima da minha lembrança. assim... para sempre.

Wednesday, July 04, 2007

2498

poucas palavras, umas rosas e lágrimas aveludadas. os meus olhos não te vêem, tão-pouco as minhas mãos te sentem mas os meus braços, estendo-os e embalo-te. e tu acolhes-me também. à vez, refazemos a paz, como se nos reencontrássemos em frente a um espelho. esquematizo o teu sorriso e colo-o na parede, à minha frente. como alguém que viveu antes de mim, noutro país, o teu sorriso macio e as tuas mãos que imagino na minha cara trazem-me de volta a mim. colam-me os bocados. és intensa e apaixonada. e refugio-me em ti, sem conhecer os cantos à casa mas mais tranquilo a cada divisão.
e isto tudo é: dizer que gosto de ti e ouvir belle and sebastian.

número 155

não quero expor-te. não quero comprometer-te. não quero desiludir-te. não quero aborrecer-te. não quero pressionar-te. não quero exigir-te. não quero apontar-te. não quero atacar-te. não quero chatear-te. não quero falhar-te. não quero desgostar-te. não quero pedir-te. nem condicionar-te. e, no meio de tudo isto, o que resta de mim?