tejo
pegámos no carro e fomos ver o rio.
nada como o sol em repousante certeza na nossa pele para nos trazer a concretude das coisas, a mágica concretude das coisas e nos roubar às nossas tragédias privadas.
a luz que afunda lisboa...
como um lençol, que dói ao pousar, silencia as nossas meninges em estilhaços neuróticos, abafadas (ou sei lá) pela beleza das coisas que há, pela (nem sei se angustiante, definitivamente tranquilizante) consciência das nossas próprias finitudes, recortadas ao vento e ao anúncio das gaivotas.
agora, sim. podemos falar.
sob o olhar amplo do rio, levados pelo carro.