lisboetas
descrevendo-o exaustivamente, o dia estava uma merda. anaïs insistira em levar os sapatos pretos, de salto alto. aqueles que estreara no lux e acabaram a noite a ser lambidos por um gajo fetichista, que, além disso, era giro. esses mesmos.
agora, pela hora do almoço, as pastas firmemente encaixadas entre o antebraço esquerdo e o seio do mesmo lado, dir-se-iam aconchegadas, andava o mais depressa que podia (ou corria o mais devagar que conseguia), em direcção ao metro. vou entrar no metro. sinais sonoros. vou esgueirar-me pela fresta. sinais sonoros. merda.
esperar pelo próximo. do outro lado da linha, duas pessoas esperam, também. não simetricamente na plataforma, assemelham-se a peões que ali foram colocados ao acaso, ou jogados fora. não lêem o jornal, não falam ao telemóvel: sentados hirtos, nos bancos do rato.
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