a mão e o peão.

Tuesday, November 14, 2006

budapeste

como uma celebração do Homem,
os edifícios erguem-se, em desafio ou em potência.
sólidos e bravos, apontam aos céus, em cada bloco de pedra, em cada anjo talhado,
a força e a maestria nossas.
numa curva do danúbio,
numa folha esmaecida que baila a dança do adeus,
até um chão já repleto de outras,
amarelo e outonal. aqui, canta-se o outono. aqui, dança-se a ascensão.
como num paradoxo suave,
percorrem-se as arestas, impunemente, solenemente.
um labirinto faustoso,
as águas que correm
no leito do rio
e nos brilhos que pairam, nos brilhos que sopram, nos brilhos que passam no ar.
do alto, do cimo, a visão da concretização.
a visão da possibilidade.
o real.
figuras de força, em esforço pétreo.
a beleza e tudo o que conseguimos, espraiado à nossa frente, dado, nosso.

2 Comments:

Blogger Miguel said...

Muito bom texto!

November 15, 2006  
Blogger tiago said...

olá miguel! :)o teu comment é como um cartão de boas vindas para mim, depois de uma ausência prolongada, para as terras húngaras! espero que esteja tudo bem, abraço

November 15, 2006  

Post a Comment

<< Home