outra fotografia
parc de la ciutadella, barcelona, el dimarts, 18 d'octubre de 2005
ainda no outro dia, via eu a tua foto em anúncios pegados às caudas dos aviões, em letras garrafais, que gritavam só para mim o teu não. hoje, assisti a recordações que desfilavam, de pessoa em pessoa, em cada uma, um sorriso, em cada uma, um brilhozinho nos olhos, inconfundível. curioso, e inestimavelmente precioso, o acto de deixar gravados num papel, momentos passados. a ordem das coisas, tal qual era naquele momento, é irrepetível, aquela fracção de segundo é inimitável, para sempre intangível. e, no entanto, que recordação mais fiel que um verdadeiro momento, um verdadeiro instante da conversa na ciutadella, deitados na relva, pessoas que tocam djambés, ao longe, gritos e gargalhadas de fim de verão, a cidade imensa, plasmada no céu, azul, por cima de nós? que recordação mais fiel do meu estado de espírito, da sensação de possibilidade que me enchia o estômago, que me enchia os poros da pele, que me enchia os olhos? o infinito cabe, facilmente, no finito, assim o queiramos. aqueles meses por vir, eram, para mim, o palco de todas as hipóteses, a mesa de casino onde tudo seria jogado, o estrado onde tudo seria vivido. como um leque, os caminhos abriam-se à minha frente, todos possíveis e todos maravilhosos. naquela fotografia, um instante e uma esperança tão grandes, o sol a reverberar nos cabelos da margarida.
1 Comments:
trouxeste-me lágrimas aos olhos :')
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