a mão e o peão.

Friday, September 22, 2006

uma verdade premente

esta semana, a consciência ambiental atingiu um pico em mim. sempre me havia soado, mais do que uma preocupação dos naturalistas, a qual teria importância, sem dúvida, mas não a premência exagerada que lhe conferiam, como um assunto de actualidade extrema e um dos quais não só os governos and the powers to be, mas todas as pessoas, individual ou colectivamente, se deveriam interessar, manifestar e agir.
na quarta-feira, assisti a um colóquio, na faculdade de ciências, no âmbito da sensibilização para as alterações climáticas e da semana europeia da mobilidade. abriram a conferência os secretários de estado da juventude e do desporto, laurentino dias, e do ambiente, humberto rosa, se não estou em erro. entre outros, discursaram manuel romano, representante da comissão europeia em portugal, precisamente sobre a campanha de mobilidade que apela aos meios de transporte alternativos (alternativamente, não poluentes) e à partilha de automóveis, entre outras atitudes, e que promove, entre outros, o dia europeu sem carros; bruno tavares, um membro da direcção da federação portuguesa de cicloturismo e utilizadores de bicicletas, cujo discurso veio no mesmo sentido, o da necessidade de nos fazermos servir de meios alternativos ao carro, como a bicicleta, com projectos embrionários ou em curso, através dos quais se mostra ser possível utilizar a bicicleta sem prejudicarmos a nossa qualidade de vida (ou até, melhorando-a); e sérgio santos, investigador do instituto superior técnico, que apresentou o projecto carbon force, destinado a promover a educação ambiental nas escolas portuguesas que se espera estar estendido a todas elas nos próximos dois anos: convida as escolas a terem mais atenção às despesas que efectuam de gás, água, electricidade (porque são as direcções regionais de ensino que pagam as facturas e não as próprias escolas, facto que desconhecia), aos alunos, aos pais e encarregados de educação, a uma maior consciencialização dos problemas ambientais e dos comportamentos que poderemos adoptar para minimizá-los. foram veiculados factos que me surpreenderam: portugal é o terceiro país da europa (a seguir ao luxemburgo e à itália) com mais automóveis per capita (onde está a crise económica quando ela é precisa?); é, também, o terceiro país da europa (a seguir à lituânia e à letónia) a registar um maior aumento de automóveis desde 1990; em média, 40% de toda a energia dispendida por um televisor, durante o seu tempo de vida, é dispendida enquanto o aparelho está em stand-by; aplica-se o mesmo raciocínio a 80% de toda a energia dispendida por um aparelho vcr (vulgo, vídeo) ou dvd, durante o seu tempo de vida; cada ano, cada cidadão da união europeia é responsável pela emissão de mais de 11 toneladas de gases com efeito-estufa; se todos os europeus deixassem de deixar a sua televisão em stand-by, poupar-se-ia energia suficiente para abastecer um país do tamanho da bélgica!
depois de, hoje, ver «uma verdade inconveniente», em que al gore, o "antigo próximo presidente dos estados unidos da américa" nos dá uma lição sobre alterações climatéricas actuais e futuras, não se pode fugir à urgência de pensar nestes dados, reflectir na importância de certos actos que tomamos habitualmente, e na necessidade de mudá-los. não estamos a falar de uma poupança fútil, mas sim da saúde e sobrevivência do nosso planeta. pode parecer um discurso inflamado e alarmista demais, mas, o que é facto, apurado pelos especialistas da matéria, é que se não houver uma mudança radical nos comportamentos globais de toda a espécie humana (particularmente das sociedades civilizadas, que são as que mais poluem e destroem), indivíduos e corporações, alterações drásticas acontecerão no clima e na geoestabilidade do nosso planeta. as temperaturas aumentaram drasticamente nas últimas décadas: os dias mais quentes de que há memória registaram-se todos a partir de 1990; a concentração de dióxido de carbono na atmosfera terrestre, que, por sua vez, causa ou influencia o efeito-estufa e o aquecimento global, é, a cada medição, mais assustadora; as necessidades e exigências humanas ao planeta aumentam cada dia, com a população mundial a ultrapassar os 6 mil milhões de pessoas e a crer-se chegar aos 9 mil milhões em menos de 50 anos,... os dados são inúmeros, falam por si e apontam num único sentido: cuidemos deste planeta, mais que não seja, porque, em última instância, estaremos a cuidar de nós e dos que nos sucederão!
assim, o mote é: desligue, reduza, recicle, ande a pé. mudar as lâmpadas, de normais para fluorescentes (poupando até 68kg de carbono por ano), conduzir menos (0,5kg de carbono a menos por cada 1,5km que não conduzires), reciclar mais (até 1000kg anuais de carbono, só por se reciclar metade do lixo caseiro), verificar os pneus amiúde (melhorando o consumo do automóvel - cada 4 litros a menos representa 9kg de CO2 a menos na atmosfera), usar menos água quente, evitar produtos com muita embalagem, ajustar o termóstato, plantar árvores (não faz parte dos sonhos de criança? plantar uma árvore, escrever um livro, conceber um filho? pois, planta! escreve! concebe!) são mais acções que contribuem para o propósito comum. partilha a mensagem. sê activo. por ti e por todos.
para mais informações, consultar www.climatecrisis.net ou www.climatechange.eu.com

2 Comments:

Blogger Vanessa said...

A consciência apenas é tocada quando ferida! Se assim é, maltratem a consciência de todos aqueles que a têm adormecida! Adoro a tua maneira de escrever!

September 24, 2006  
Blogger tiago said...

maltratem mesmo! maltratem a minha, para que nunca durma! obrigado, amiga. beijooooooos*

September 25, 2006  

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