ofende-me que eu gosto
será que tudo o que nos ofende não tem o seu quê de verdadeiro? a célebre 'picada'? eu imagino-me a ser presenteado com um tentativa de ofensa absolutamente estapafúrdia, tipo 'és um fascista de merda' e a única coisa que se me oferece fazer é rir. no entanto, outras haverá que, embora menos graves de conteúdo, poderiam ferir-me muito mais. será que as palavras só se tornam verdadeiramente ofensas quando tocam nos nossos campos de insegurança? naquilo que não queremos muito bem definir, mas temos medo do que poderá ser? no que, todos os dias, negamos existir em nós ou dizemos aos nossos amigos, só para que eles contestem e neguem? a uma pessoa com os olhos bonitos, por exemplo, ofenderia, em princípio, muito menos uma coisa do género de 'tens uns olhos horríveis' do que, por exemplo, 'és um bocadinho gordinha', embora esta última esteja repleta de diminutivos, e até possa ser dita de forma carinhosa, o que, de certo, não se aplica à primeira. assim que as ofensas não o serão na realidade das palavras mas naquilo que elas evocam em nós?
2 Comments:
"Há palavras que nos beijam comos e tivesse boca". Pois é. Mas também há muitas que nos mordem, igualmente como se tivessem boca! Isto para dizer que as palavras dos outros têm o valor que lhe damos. Banal? Talvez. Mas acrescento que as ofensas são ganham tal dimensão quando tocam, precisamente, nos nossos campos de insegurança. Não há dúvidas!
Aquele abraço!
Aparece!
Nunca tinha pensado nisto por esse prisma. É achei bastante pertinente falares sobre isso. E o facto é que isso é uma grande verdade. Tudo depende da forma como falamos mas principalmente de como nos sentimos por dentro.
Só é capaz de nos ofender se não queremos ser algo mas que o somos por um motivo ou outro. Só nos custa ouvir porque sabemos que somos assim mas não queriamos que ninguém visse, para termos tempo de mudar! ;)
Fizeste-me pensar neste assunto!! Obrigado! ;)
Beijinhos
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