ode
hoje, sou mais das imagens. o que vejo desta janela, ou daquela, diz-me tudo o que preciso saber. uma pitada de futuro que se sabe, uma voz feita de húmus, enrolada num corpo quente. há olhos claros e prateleiras de supermercado. no remoinho dos teus cabelos, escondem-se veleidades intocadas. ninguém sabe de onde vêm mas vemo-las desaguar na ponta da tua língua, no ocaso dos teus dedos em nós. sim, hoje, sou mais das imagens. e dos sons. as palavras repugnam-me quando são tão insuficientes que se tornam iníquas. duas fotografias de lisboa, em rotação pelas horas do dia, pelas pedras do castelo e pelas árvores do torel. nunca desejei tanto voar.
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