prenúncio
poderia ser como um êmbolo. e, numa força de vácuo, subtrair-me às alegrias da vida, de quando em vez, e entregar-me ao lodo, para vir depois, numa sonora respiração à tona, de novo. de facto, poderia. e poderei. mas há dias em que quero, simplesmente, esconder-me debaixo de uma mesa, os olhos fechados, as mãos nos ouvidos, muito encolhido, a cantarolar uma música que me agrade e a chorar a minha fraqueza. e, depois, há outros em que me quero esticar, atirar, agradecer e sorrir as pessoas maravilhosas que fazem parte da minha vida e as pontes, não menos maravilhosas, que construí. não me permito sofrer. nem regozijar-me. não sou suficientemente bom para nenhum deles, o sofrimento e o regozijo. e, se não há esta folga, tão-pouco há êmbolo. escrevo porque me escondo. e porque, de certa maneira, me quero mostrar. mas a força é tão pouca. e eu sou tão esparso. não quero ter esperança e não consigo não tê-la. agradeço que ignorem este post. ou, pelo menos, que não mo comentem. é uma força de expressão.
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