janela
pelas janelas, os pós de vidas atiram-se do alto, afundam-se no ar fervilhante e irrequieto da noite em lisboa. revelam-se em raios de luz furtivos; revelam estilos, padrões ou direcções de hábitos, e interesses. do largo de são carlos, bastou-me erguer a vista e encontrei-a insinuante, a prometer-me. curioso, espreitei doutro ângulo. afigurou-se-me uma vida escorreita, entre uns copos tranquilos, de terça-feira, no bairro alto, uns passeios crepusculares pela almeida garrett, ou manhãs que despertam bem cedo e trazem o castelo e alfama bem presos ao horizonte; corpos que balançam na bica. de manhã e ao anoitecer, é quando mais amo esta cidade. quando o cheiro a mar pende das asas das gaivotas, e se degusta o sabor a mudança, a reboliço, a lisboa em transição. desço a do alecrim e desaguo no cais, escondo os olhos no rio, perco o corpo pelos carris. nunca chego aonde quero, mas gosto sempre de onde estou.
lisboa é uma cidade que cresce, e, ao crescer para nós, como que mingua, abre-se-nos, revela-se-nos. será possível tocar tudo o que uma cidade tem para nos dar?
3 Comments:
Sinto o mesmo!! Adoro-te lx!! Adoro-te Tiago, principalmente pelo modo como falas desta lx tão nossa!
hummm.. até senti um arrepio a ler-te! :)
começo a criar dependência das tuas palavras..:)
Post a Comment
<< Home