a mão e o peão.

Monday, August 18, 2008

balão

um dia, escrevo uma ode à luz.
não contes os dias a passar. deixa o giz no estojo, não risques a parede. não rasgues o calendário com fotos do algarve, não se justifica. crê que não o faço com más intenções, que não pretendo enganar-te, dar-te falsas esperanças ou aproveitar-me da tua fé.
fui feito assim: dois terços de utopia e o resto de fatalismo. a experiência pode moldar-me mas nunca mudar-me. hei-de ser sempre o que seria tão bom, o que poderia vir a ser o melhor. a minha vida será, indubitavelmente, uma colecção de momentos que prometem ouro mas se revelam pirite. um rol de promessas.
não tenho má índole. não, isso não. sou, até, amistoso e disponível. sabes isso. não difundo mundos porque te queira ludibriar. até porque essa manha conheceria um fim. depois das mini-combustões multicolores, o encanto apaga-se e esvoaça como uma cinza, feito em nada.
talvez um dia percebas como eu sou um enorme balão inconsequente.
muito antes de eu escrever uma ode à luz.

0 Comments:

Post a Comment

<< Home